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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Virando adulto



Essa história de virar adulto é complicada. 
Não é nada do tipo “acordei responsável, independente e seguro”. 
É mais como: “agora ferrou de vez!”.
Tudo começa com a formação profissional. 
Não basta ser bom, tem que ser o melhor. 
Aí lá vai você colocar a cabeça dentro do maior número de livros que conseguir, porque TEM que ser massa.
Ser…é aqui que você decide se acredita em Deus, se ele é budista, crente, judeu, do retré-tré-tré ou é baiano; ou vira logo ateu.
Mas aí se for pra ser ateu, tem que ser cult. 
Pô, cult já começa com c* por um bom motivo… 
Lá vai você aprender sobre o tal do Russell, Dostoiévski, Foucault, Godard, Jung, Nietzsche, tem também o.. O…
Gente, como é mesmo o nome dele? 
Bom, qualquer escritor francês ou alemão entra na lista!
Saber. A palavra relacionada a virar de uma vez por todas adulto é “saber”.
Tem que saber pra onde ir, onde ficar, com quem, como, porque… 
Tem que saber defender opinião, falar do governo, a cotação do Euro, mandarim, tântrico…
Sexo. Socorro! É pra fazer, falar ou ver? Muito ou pouco?
Com muitos, só de vez em quando ou nunca? 
Pra sempre ou só por hoje? Mas e o príncipe, foi comido pela perereca na lagoa? E se a letra B dobrar, minha mãe vai me matar!
Pais… Dar ou não satisfação é um dilema. 
Mas eles, como adultos resolvidos que sempre foram, respondem pra você assim do nada: derrepente você sai com os amigos pra balada e sua mãe não te liga pra saber a hora que você vai chegar. 
E você chega cedo, tipo às 6 da manhã do dia seguinte e, tudo bem.
Vai ver ser adulto é ignorar tudo que a gente ouve relacionado ao “tem que ser/saber”, e é só isso mesmo: tudo bem. 
Uma hora você, de tanto fazer e deixar de lado os clichês, acaba sendo e, ok, tudo bem, crescemos.
E Deus fez os adultos. A menos que você seja ateu.

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